“Precisamos de dez dias trabalhados para entregar a pista”, diz engenheiro responsável

Se a chuva der uma trégua a raia de corridas do Hipódromo da Tablada estará pronta para uso ainda em novembro. “Precisamos de dez dias praticáveis e trabalhados para concluir o serviço”, revelou nesta terça-feira, Charles Rocha da Terraplanagem Monteiro & Rocha. Acompanhado do também engenheiro Valmir Rodrigues, da Kastello Engenharia, Rocha participou nesta segunda-feira de uma reunião com o presidente do Jockey Club de Pelotas, Nathan Vanier, o ex-presidente Clodoaldo Lima e o consultor de Engenharia Fernando Barbieri, para tratar do andamento e detalhes das obras

Se a previsão do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas se confirmar e a chuva parar na quarta-feira, dois dias depois a equipe da Monteiro & Rocha volta a trabalhar na raia. O serviço só não começa imediatamente porque é necessário esperar até 72 horas após o fim da chuva para que o solo possa ficar em condições de ser mexido.  

Confira os principais pontos tratados na reunião: 

DRENAGEM DA RAIA 

Rocha esclareceu que o sistema de drenagem da pista ainda não foi finalizado, o que explica o acúmulo de água em vários pontos, além de diferenças de níveis entre a raia e o canteiro de obras do Comercial Zaffari. “A drenagem que existe hoje é apenas um ‘bagualismo’ nosso feito para possibilitar o trabalho, mas não há nada realmente concluído, pois esta é a última etapa. No canteiro do Zaffari a drenagem também não foi feita ainda”, disse Rocha. 

Conforme os engenheiros, com a interligação dos sistemas dos três empreendimentos – Jockey, Havan e Zaffari – as inundações pontuais e o acúmulo de água na pista irão acabar. 

PROTEÇÃO CONTRA A “LAVAGEM” DA PISTA 

“Para trabalhar fizemos uma vala provisória, agora vamos refazer toda ela e devolver a greda para atacar à saída da areia próxima à cerca. Vamos refazer com uma proteção com rachão para segurar a erosão nos pontos mais críticos”, declarou Rocha. 

COMPACTAÇÃO DA PISTA

A compactação da raia de corridas tem sido um dos pontos mais observados pelos profissionais e por isso a diretoria fez questão de discuti-la com os engenheiros. Ao saber que treinadores e jóqueis temem uma pista fofa capaz de causar acidentes graves, Rocha e Rodrigues concordaram com a necessidade de refazer a compactação em alguns pontos. “São pontos de subleito, que precisam ser refeitos e serão. Atualmente vemos seis ou sete pontos claramente, mas a medida que forem sendo apontados iremos refazer”, garantiu Rocha. 

Conforme os especialistas não há outra maneira de corrigir estes problemas sem ser afastando e areia da superfície e refazendo a compactação do material abaixo. Rocha pede, todavia, compreensão dos profissionais lembrando que a parte original da pista tem 89 anos de compactação natural, então será preciso tempo para a parte nova fique parecida com a antiga.  

AREIA DIFERENTE

Outra queixa dos profissionais apresentada aos engenheiros diz respeito à diferença da areia que recobre a parte velha da pista e o material usado na parte nova. Mais uma vez Rocha aponta o tempo como principal elemento causador da diferença. “Nenhum material utilizado ficará igual ao existente, pois ao longo desta quase 90 anos este material original trabalhou muito e sofreu várias misturas e a ação do clima”, analisa. 

Os técnicos, no entanto, já realizaram análises e buscam através de misturas de diferente tipos de areia atingir uma granulometria mais próxima da encontrada na para antiga da pista. 

Ainda sobre a areia, a equipe de engenharia pretende padronizar a camada superior mantendo uma altura média de 7 cm em todo o percurso. Estudos feitos encontraram uma disparidade muito grande da concentração de areia com locais onde a faixa superior mede 10 cm e em outros apenas 2 cm.